quarta-feira, 11 de novembro de 2009

FALTE A IGREJA NESTE DOMINGO!



Tenho nestes anos todos observado que existe um grupo grande de crentes que têm pouca ou nenhuma alegria em viver. A vida é vivida como uma carga a ser levada pela alma. Nada tem graça.Nada é de Deus e não estou falando apenas dos nossos queridos fundamentalistas conservadores ou pentecostais. Falo de pessoas que estão em qualquer denominação e que se culpam por estarem alegres e pensam que a vida sendo vivida com risos e brincadeiras, estará sendo espiritualmente desperdiçada. Um grupo que sente culpa e medo de Deus, caso fique um domingo em casa cumprindo o mandamento do Senhor ("descansar um dia por semana").

Indivíduos formam grupos e grupos formam igrejas e assim algumas igrejas passam a ser um hospital do qual ninguém recebe alta, nunca! Pessoas chegam doentes e ali permanecem se não doentes, ao menos com a cara daqueles. Jesus veio para os doentes, mas para curá-los, não perpetuá-los. Outros chegam não tão doentes e, passados alguns anos, estão na UTI...

Neste contexto, para tais cristãos o serviço ao Senhor passa a ser pesado, um fardo a ser carregado, debulhando-se em lágrimas. Mas, não deveria ser leve?

Quantas vezes eu já chorei! E penso que muitas outras vezes chorarei pela minha vida, pela de alguém querido ou pela Obra de Deus que não é realizada adequadamente. A vida nos faz sofrer. Ver uma igreja morrendo ou um trabalho sendo destruído nos faz sofrer. Lágrimas, companheira de todos. Entretanto, uma coisa é o sofrimento estar presente, outra é o sofrimento ser parte integrante e indissolúvel da vida da igreja e da vida daqueles que fazem a Obra de Deus.

Já ouvi algumas vezes esposas de pastores, por exemplo, rezando a prece das coitadas: “Ah... Como a gente sofre por ser esposa de pastor... Coitadas de nós, pobres sofredoras...”. Quanto peso, quanta dor, quanto sofrimento... Quanta carga assumida... Neste caso, específico dos cônjuges de vocacionados, percebo que realmente haja um conflito maior dentre elas, uma vez que sofrem uma expectativa anacrônica por parte de algumas igrejas. Ou seja, tais “esposas pastorais”, participantes em um mundo o qual foi conquistada pelas mulheres (independência psicológica, financeira, intelectual e profissional) mas por vezes igrejas fantasiam que a esposa do pastor deva ser uma co-pastora, ou seja, uma profissional que é quase tão responsável quanto ele pelo “sucesso” dos trabalhos e pela manutenção da ordem institucional, entretanto, sem fazer jus a qualquer remuneração.

Se observarmos friamente as escrituras, perceberemos que as esposas dos líderes neo e vétero testamentários eram em sua maioria figuras inexpressivas ou, no máximo, coadjuvantes e muitas sequer são citadas. Não é adequado impor sobre as esposas dos vocacionados expectativas que vão além de mãe, esposa, e profissional. Quem é o “contratado de Deus ” para a instituição  é ele, o vocacionado. Para muitas esposas de vocacionados, a Obra do Senhor converte-se num martírio.

Retornemos ao ponto focal. Muitas pessoas, crentes, honradas, honestas e sinceras diante de Deus, não raro, sentem-se escravizadas pela instituição, pelo horário do culto e pela manutenção física da agenda igreja. 

Assim, para muitos, ir à igreja não é um prazer, mas uma obrigação. São, assim, ou possuídas de pavor por não irem ao culto, ou possuídas de sentimento de culpa, a qual não deixa uma pessoa viver emocionalmente saudável. O correto seria ir à igreja porque é bom louvar, mas não por constrangimento. Obrigação, neste caso, é do pastor apenas.

Podemos perceber muitos pastores não colaboram com a saúde mental e emocional de seus liderados, impondo sobre eles excessiva carga com grande dose de exigência, impondo presença em vários trabalhos. Pastores que não têm nada mais o que fazer, além de ser pastor, e pensam que seus membros não trabalham, não possuem família, não merecem descanso e lazer, que não vivem.

O pastor deve ser o primeiro a estimular as famílias a tirarem pequenas férias ou fazerem pequenos passeios fez ou outra: um domingo de pic-nic numa cachoeira: Qual é o ser humano que não necessita disto? Mas domingo? Não, domingo não é o dia do descanso!  Aliás, Deus equivocou-se quando instituiu um dia para o descanso, ele errou, deveria ter sim instituído um dia para o "trabalho na igreja", assim como alguns, sabiamente, têm feito com suas ovelhas.

"_ Que descanse no sábado!
_ Mas pastor, sábado é o dia que tenho para cuidar dos afazeres da casa, consertar o carro, pregar o varal, comprar roupas com meus filhos...
_ Azar, seu mundano."

Excesso de exigências tira a alegria. Muita carga cansa... Exigências pastorais ou auto - exigências provocam estresse e depressão... O serviço deixa de ser alegria e prazer, mas a obra torna-se pesada e para muitos vira obrigação. Adeus alegria no Senhor!

Meu sonho? Que os pastores passem a estimular as famílias e descansarem ao menos uma vez por mês, separando um domingo para lazer, descanso e comunhão, pois sucesso pastoral não é apenas uma igreja cheia, mas, sobretudo, uma igreja com pessoas emocionalmente saudáveis e que se alegram em estarem ali, cultuando espontaneamente.

Dar liberdade aos cristãos funciona? Bem, se Deus e Jesus fez assim, eu cri que funcionasse e assim tenho dirigido meu rebanho. Um rebanho que não existia a quatro anos atrás. De zero, hoje somos 80 membros, ativos, felizes e espontaneamente trabalhadores, sem pressão eclesial... Ovelhas que geram ovelhas, naturalmente, crescendo, como qualquer corpo saudável cresce...

Sim, Paulo está certo: "...foi para a liberdade que Cristo vos libertou".
Sim, os religiosos estão errados, "...pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens;  eles, porém, nem com o dedo querem movê-los..."

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Igreja americana se converte ao marketing



Preocupada com a evasão de fiéis, a Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos, uma das vertentes do protestantismo americano, apostar no marketing para atrair novos fiéis. Não se trata da estratégia habitual, usando recursos pirotécnicos e cultos transmitidos por emissoras de televisão ligadas à igrejas, mas sim uma campanha publicitária como as de xampu, sabonete ou refrigerantes, com um orçamento de 20 milhões de dólares.
A congregação está particularmente interessada em atingir jovens na faixa etária entre 18 e 34 anos. Essa faixa etária foi escolhida a dedo com a ajuda de pesquisas de opinião, por ser a fase da vida adulta em que as pessoas costumam cristalizar suas crenças ou mesmo mudar sua religião de infância.
Para atingir o público, a Igreja Metodista Unida contratou uma agência de publicidade, a Bohan Advertising/Marketing e montou uma campanha abrangente envolvendo desde a confecção de camisetas e grupos de conversão que atuam em visitas porta-a-porta a uma vasta atuação nas redes sociais como Twitter e Facebook.
A campanha também prevê campanhas de anúncios em rede de televisão, rádio, midia impressa, email e outdoors.Os pastores montaram ainda um site em que os novos fiéis podem postar seus pedidos por orações ou fazer doações para obras filantrópicas.


Por Daniel Hessel 12/05/2009 - 15:55

terça-feira, 10 de março de 2009

SOCIEDADES METODISTAS: QUAL A REAL FUNÇÃO DESTAS INSTITUIÇÕES?


Em 1987 foi iniciado no Brasil um novo jeito de ser Igreja Metodista. Neste ano instalou-se o "sistema" Dons & Ministérios. Os intusiástas do novo modelo eclesiológico diziam que "não mais éramos uma igreja de 'cargos e de poderes' mas sim de 'dons e ministérios'.

Não demorou nem uma década para que todos as metodistas brasileiras estivessem já adaptadas ao novo modelo. Todos tinham um ministério na igreja local. Este modelo agradou todas as linhas teológicas vigentes. Contudo, posto muitos estudiosos, autoridades e teólogos de nossa igreja metodiosta terem levantado a discussão sobre o papel das sociedades metodistas atualmente, também eu quero participar aqui deste debate: Qual o papel do antigo modelo de sociedades etárias dentro de um regime de dons e ministérios?

Considerando que os ministérios têm assumido bem as suas funções na igreja, pouco sobra para que as sociedades façam. Assim, o que temos assistido é o esvaziamento do modelo de sociedades (especialmente de homens e de mulheres).

Muitas atividades que antigamente eram exercidas pelas Sociedades de Homens são hoje exercidas por Ministérios. Vejamos:
-Evangelizar? Ministério de Evangelização.
-Mutirão para pintura do templo? Ministério de Administração.
Fica a pergunta: Qual a razão de existirem duas instâncias? Apenas tradicionalismo?

Mesmo fenômeno acontece no lado das mulheres. Vejamos:
-Apoio às mães solteiras? Ministério de Ação Social.
-Festas, eventos e comemorações especiais? Ministério de Socialização.
-Visita a enfermos? Ministério de Visitação.

Do ponto de vista pragmático, não temos visto motivos para termos duas entidades para fazerem a mesma coisa. Se o pastor tem competência para fazer os ministérios funcionarem bem, porque colocar nas costas do leigos mais peso, mais fardo, mais responsabilidade?

Queremos uma igreja que funcione e que pregue o Evangelho ou queremos ums instituição que preserva as tradições?

Somos igreja viva, que se renova com o passar dos anos, conforme o mover do Espírito Santo, ou somos prédios, cargos, lembranças, passado?

Vejo a sobrecarga que muitos leigos carregam de maneira culposa e questiono porque que alguns clérigos "Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros". Fardos do tradicionalismo que são pesados demais, que alguns clérigos mesmos "não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos."

Se a experiência de "Dons e Ministérios" tem se mostrado vitoriosa, " deixemos, [portanto] de lado tudo o que nos atrapalha... e que se agarra firmemente em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a corrida que nos está proposta."

Não podemos nos esquecer que as formas, fórmulas e maneiras variam de tempos em tempos.
Quando o protestantismo surgiu, em 1500, não existia nem grupos societários nem escola dominical. Estas foram coisas que surgiram séculos posteriores, coisas "modernas". Mas, assim como Deus continua criativo, temos que continuar caminhando. Não proponho jogar tudo no lixo: Absolutamente não! Mas proponho um debate franco e corajoso...

Este blog, como o próprio nome diz, é um divã, ou seja, um local onde podemos pensar sobre nós mesmos, analisarmo-nos e irmos atrás de nossas certezas e de nossas incertezas. O divã é fundamental para a saúde das pessoas e das instituições. Aqui não estamos afirmando nada, apenas, participando de um debate que já foi levantado anteriormente por autoridades metodistas. Os homens do Distrito em que participo estarão, neste mês, organizando um Fórum, justamente para debater caminhos para a Sociedade de Homens. Lá todos estaremos no divã.

Vejam, não que não seja ótimo um grupo de homens reunirem-se num sábado à tarde para fazerem algo divertido juntos, bater um papo alegre, bater uma bolinha e até trocar experiências conjugais: os mais velhos auxiliando os mais moços. Tudo isto é muito bacana. Mas será que para este bate-papo edificante é necessário ter uma taxa mensal?

Claro que quero minha esposa reunindo-se com outras amigas da igreja para relaxarem da rotina da semana, para trocarem experiências de vida, rirem e assim viverem o Evangelho da Graça juntas, afinal, é importante que elas descansem dos muitos trabalhos profissionais, domésticosr e dos muitos trabalhos dos ministérios (pois uma já ensaiou o coral, outra esteve visitando com o ministério de visitação, outra coordenou orações e outra ainda preparou aula da Escola Dominical...), contudo, será mesmo necessário que exista uma ata desta reunião? Número de matrícula, taxa e carteirinha para poder ter amigas? Desproposital eu diria. No mínimo, muito bizarro.

A energia que se gasta tentando manter vivo um sistema de organização leiga, do qual  "Dons e Ministérios" concorre e ganha com muita facilidade, tem de haver um sentido claro tanto na emoção quanto na razão.

Penso que estes questionamentos acima não sejam verdadeiros para duas sociedades: Jovens e Juvenis.
Posto serem estes, por questões etárias, naturalmente menos envolvidos em ministérios e também por terem mais energia e mais necessidade de atividades, as Sociedades de Jovens e de Juvenis ainda ocupam lugar de destaque dentro do cenário de qualquer igreja que queira crescer. Estas são importantes, pois esta moçada realmente gosta e precisa de movimento. Tempo e energia eles possuem de sobra!

Que Deus nos ajude a nos focarmos nas atividades fim e não nas atividades meio.

Este video abaixo, enviado aos pastores da 5ª Região pelo Bispo Adonias, fala exatamente de pessoas de Deus, cristãos sérios, que por ficarem presos a fórmulas antigas e ficarem presos ao passado, viraram museus...

segunda-feira, 9 de março de 2009

POR QUÊ JOHN WESLEY NÃO FOI ITINERANTE?



ITINERÂNCIA COMPULSÓRIA:
OU VOA OU NÃO CRESCE.

“Não podemos confundir “gestão administrativa” com “tradição metodista” ou herança wesleyana”, já disse anteriormente.

O regime de itinerância compulsória assemelha-se ao regime romanista de castidade compulsória. Conforme os católicos romanos, para ser um ministro de Cristo, não se pode casar e pronto. Regra. Lei. Norma Católica, portanto, norma de Deus e o herege que questionar a Igreja, ou está possuído pelo mal, ou merece a serventia da casa, que é a porta da rua. No mínimo o ostracismo ou uma ameaçadora “nomeação-penal”.

A castidade é de Deus quando não é compulsória, mas facultativa. Muitos homens verdadeiramente cristãos optaram (e ainda optam) por uma vida monástica e nada de mal há nisto, sendo, até louvável. O problema é tornar o privilégio em obrigação. Trocar a liberdade do Espírito pela rigidez da morta letra. Substituir a Graça da vida monástica pela Lei da castidade. As cartas paulinas nos falam sobre a vocação monástica, mas não sobre a obrigação monástica.

A itinerância, na IM, tem muitos pontos de contato com esta questão da castidade romana. Temos inúmeros exemplos no Novo Testamento de missionários e líderes vocacionados para a itinerância (como o próprio Paulo), mas também temos outros líderes que eram casados, possuíam famílias, negócios e também eram uma bênção nas mãos do Senhor, mesmo não sendo vocacionados para a itinerância. Permaneciam em suas comunidades, as lideravam, as prosperavam e eram reputados como honrados bispos e pastores, sentavam e votavam nos concílios. Sem itinerância wesleyana.

Há aqueles vocacionados para a itinerância e que serão uma bênção nela. Há outros não chamados para a itinerância e nem por isso deixarão de ser uma bênção. Ser nômade pode ser uma vocação, assim como ser sedentário também o pode ser. Quem define é Deus.

Será que a Igreja está acima de Deus? A Romana já tem esta resposta.

A questão central, portanto, passa a ser esta: Porque os pastores em regime de itinerância possuem um status superior que os pastores que não estão sujeitos a esta itinerância?

Ou, em outras palavras: Porque que para ser um presbítero tem que estar sujeito à itinerância? A Bíblia não tem esta resposta.

A itinerância compulsória tem matado algumas vocações em nome de uma tradição humana. Há muitos casos de vocacionados que não frutificam dentro da metodista para fazê-lo dentro de outras denominações cuja gestão administrativa e governo são focados em resultados para o Reino e não em tradições.

PORQUE TEMOS MEDO DE LÍDERES CARISMÁTICOS COMO FOI JOHN WESLEY?



LÍDERES CARISMÁTICOS SÃO MONSTROS?

DESCENTRALIZAÇÃO CARISMÁTICA?


Historicamente, todas as instituições e movimentos de sucesso e pujança, são aquelas que possuem uma liderança carismática forte. Como exemplo, podemos destacar o próprio John Wesley, inspiração aos seus liderados.

O “Líder carismático”: carisma é uma palavra grega que significa “dom de inspiração divina”. Ou seja, o líder carismático é aquele que inspira em seus liderados a confiança, aceitação incondicional, obediência espontânea e envolvimento emocional. O líder carismático é visto por seus liderados como alguém que possui qualidades excepcionais. “Carismáticas” em sua acepção original. Um exemplo deste tipo de líder são os líderes religiosos como Jesus Cristo ou Gandhi[1]

Segundo a conhecida Teoria dos Traços, que disseca o tema liderança, podemos afirmar que John Wesley era um homem que conseguiu aglutinar em torno de si e de suas idéias pessoas dispostas a apostar no que ele pregava, ensinava e dirigia: Ele era um grande líder carismático.

Poderíamos destacar inúmeros outros personagens históricos que por sua liderança influenciaram as massas para o bem ou para o mal: Adolf Hitler, Mahatma Gandhi, Jesus Cristo, Maomé, Martin Luther King, e por que não dizer Barack Hussein Obama II. Homens detentores de um poder avassalador: O carisma.

A Igreja Metodista possui muitas instâncias administrativas, as quais regem os rumos gerais e as ações genéricas, muito no frio da letra e pouco na paixão do carisma. Muitas “orientações” são seguidas por serem normas e não por que os liderados crêem no(s) seu(s) líder(es) metodista(s). Quem é a nossa voz profética?

Entretanto, não podemos deixar de reafirmar que nós não somos uma instituição “natural” como as demais, pois cremos em algo que não vemos e lutamos por um Reino mais teórico que factual. Somos místicos! Não podemos aplicar normas naturais para administrar coisas espirituais.

Hoje a IM é uma instituição muito bem organizada dentro do que a ciência humana das administrações desenvolveu: isto é louvável! Mas a letra mata. Vida? Só no Espírito. Onde está o Espírito Santo? Onde está o khárisma? Onde está a liderança verdadeiramente carismática, movida pelo Espírito e que move multidões?

Sim, Wesley morreu. Faz-se necessários novos homens movidos pelo mesmo Espírito que o movia (o Santo, lembram?). Homens que abram a boca e movam multidões não pela lei, mas pela Graça do carisma.

Nossa postura crítica aos líderes carismáticos de outras denominações religiosas em nada ajuda, mas lembra mais a “vingança do pipoqueiro”: se eu não tenho, é porque não é bom. Quem hoje na IM é uma voz profética?

Medo do carisma? Esta sim é uma crise que transforma o místico em empresas da fé, regidas por normas administrativas rígidas e inflexíveis e não pela leveza, alegria e liberdade do Espírito.

Que Deus nos envie o seu carisma e aplaque o pecado da inveja sobre os cristãos metodistas de personalidade e liderança carismática que hoje estão descentralizados. Alguns focos de carisma aqui ou ali, que a instituição trata de abafar, para não ofender os poucos qualificados ou os detentores de outras habilidades.

A Igreja metodista não pode nivelar por baixo, abafando as lideranças carismáticas descentralizadas, mas, ao contrário, se uma liderança carismática é identificada, esta deve ser incentivada, estimulada e apoiada. Assim, ninguém terá medo de fazer a obra de Deus seguindo os “instintos” do Livre Espírito Santo, e libertando-se da obra no estilo rígido da letra morta.

Quem mais impactou a sua geração? Os donos da Lei do Templo? Ou o livre pregador Jesus. De Cristo basta um: Que a IM não crucifique seus novos líderes carismáticos.
[1] InfoEscola. Disponível em: <>. Acessado em: 31/10/2008.

IGREJA METODISTA: NEM EPISCOPAL, NEM CONGREGACIONAL, MAS UMA INSTITUIÇÃO COM REGIME DE GOVERNO HÍBRIDO


SISTEMA DE GOVERNO HÍBRIDO?




A CONSTITUIÇÃO DA IGREJA METODISTA, aprovada pelo X Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em julho de 1970, na cidade de Belo Horizonte, diz em seu Artigo. 5º: “A forma de governo da Igreja Metodista é episcopal e seu sistema, representativo.”

Apesar de a Igreja Metodista posicionar-se em seus documentos como uma instituição religiosa Episcopal e Conexional, ambos sistemas oficiais não são aplicados em sua integralidade, mas apenas parcialmente, o que provoca uma série de crises e conflitos na gestão da instituição.

O que temos observado é que a IM, em geral, é Episcopal e Conexional nas obrigações, mas ela é Congregacional nos privilégios. Explico:

Uma Igreja Local possui inúmeras obrigações episcopais e conexionais, as quais sejam, dentre outras: Sujeitar-se aos Cânones, sujeitar-se às determinações episcopais (tais como nomeações pastorais), obedecer ao regime de recolhimento de contribuições institucionais (cotas orçamentárias), etc.

Neste mesmo sentido, os clérigos também possuem obrigações episcopais a serem observadas, todas vinculadas à obediência hierárquica, seguindo as determinações de seus superiores, em espacial as do seu Bispo imediato, do Colégio Episcopal e Cânones, devendo ser submisso às normas e nomeações pastorais.

Não obstante, quando o nosso foco sai do campo das obrigações, mas entra no campo dos privilégios, tanto a Igreja Local quanto o clérigo muda de regime, tornando-se Congregacional.

Assim, cada Igreja Local deve fazer frente às suas próprias despesas, sendo ela responsável pela sua manutenção e investimentos (modelo próprio do Sistema Congregacional). São raras as vezes em que uma Sede Regional ou a Nacional intervém financeiramente numa Igreja Local objetivando acudi-la financeiramente. Ao contrário, se uma igreja local não é financeiramente auto-suficiente, ela é alvo de ônus, tais como rebaixamento de categoria (ação institucional) ou decadência espiritual (ação natural). Mas se ela for financeiramente saudável, neste caso, os bônus serão revertidos também para as sedes. Assim, as sedes são participantes dos bônus (recebendo cotas devidas), mas não são responsáveis pelos ônus (enviando sustento financeiro para as congregações em dificuldades). Excetua-se neste caso os Campos Missionários – obviamente.

Neste mesmo sentido, os pastores estão debaixo do episcopado quando o tema são suas obrigações eclesiais, entretanto, quando o tema muda para o foco financeiro, o episcopado cede espaço para o congregacionalismo: Cada congregação subsidia (ou não) o seu pastor.

A criação de um piso salarial já é um avanço significativo, pois é uma forma de a instituição resguardar que as Igrejas Locais não sejam cruéis com seus pastores (que pode acontecer no regime Congregacional), entretanto, a obrigação com relação ao pagamento deste piso não é das sedes, mas somente das congregações, o que caracteriza o sistema Congregacional.

Esta situação pouco observada e menos ainda discutida ou criticada é conseqüência de uma gestão onde “paradigmas administrativos” são confundidos com “heranças metodistas” ou até pior: “tradições wesleyanas” e tem, em sua concepção, a raiz de inúmeros problemas dentro da instituição metodista. Pois deste sistema híbrido de governo, no qual os privilégios são mais congregacionais e as obrigações são mais episcopais, a política pessoal passa a ser um instrumento utilizado por clérigos para garantir a subsistência e conforto de sua família, ou para manter o status e vantagens já obtidos em sua “carreira”.

Já ouvi um pastor referir-se de maneira irônica ao que ele chama de “baixo clero” e “alto clero”, nomenclatura usada para definir aqueles profissionais vocacionados com privilégios financeiros distintos, apesar de obrigações idênticas.

Qual seria o caminho para resolver esta situação? Minha interferência neste tema deterá apenas em levantar esta crítica questão, objetivando análises, com vistas a discussões mais profundas por parte das lideranças metodistas. Contudo, não me sinto autorizado ou capacitado para ir, neste trabalho, além deste ponto. Todavia, creio que o melhor caminho para iniciar o debate é o reconhecimento do problema.